sábado, 23 de abril de 2016

Pião



O que dizer de crianças que nasceram e cresceram morando em cubículos chamados de apartamentos, que sequer conhecem um pião, um triângulo e jamais tiveram oportunidade de pisar no chão de terra para cavar com o calcanhar o buraco para jogar bola de gude? Em que pese o Brasil onde vivemos – primeiríssimo lugar no mundo em corrupção, roubalheira, impunidade e safadezas – ainda tivemos o direito de, crianças, usufruir das brincadeiras que por gerações nos esconderam das drogas. O pião, a bola de gude que nunca foram fabricados pela Estrela ou similares, fizeram de nós crianças sadias e nos permitiram participar ludicamente de uma vida saudável.  O pião foi trazido para o Brasil pelos portugueses, e logo, foi espalhado pelo Brasil. É um brinquedo ainda muito utilizado quase que apenas por meninos. Existem vários tamanhos, mas a forma é básica.
O jogo – Existem basicamente duas formas de se brincar com o pião: o jogo simples, em que a criança não desafia o outro. Esta forma é conhecida como “Roda pião”. Botar o pião para rodar significa brincar sozinho.
O processo é o seguinte: enrola-se o cabo de linha no pião segurando uma ponta, atirando-o ao chão. Ao cair, o pião fica rodando por alguns segundos sendo apreciado.  Ou ainda pode-se colocar o pião para rodar na palma da mão, unha do dedo e outros lugares.
O “quila” – Mas há o jogo onde ocorre o desafio, entre uma ou mais crianças. Um círculo é desenhado no chão onde os participantes têm que arremessar o pião com o intuito de acertar o centro do círculo, ou se aproximar mais próximo dele. Caso não consiga é obrigado a colocar o seu próprio pião dentro do circulo, dando inicio à disputa pelos piões que estão no circulo, é o chamado “deita pião” ou “dar carne”, comumente conhecido no Ceará como “quila”.


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