O que dizer de crianças que
nasceram e cresceram morando em cubículos chamados de apartamentos, que
sequer conhecem um pião, um triângulo e jamais tiveram oportunidade de
pisar no chão de terra para cavar com o calcanhar o buraco para jogar
bola de gude? Em que pese o Brasil onde vivemos – primeiríssimo lugar no
mundo em corrupção, roubalheira, impunidade e safadezas – ainda tivemos
o direito de, crianças, usufruir das brincadeiras que por gerações nos
esconderam das drogas. O pião, a bola de gude que nunca foram fabricados
pela Estrela ou similares, fizeram de nós crianças sadias e nos
permitiram participar ludicamente de uma vida saudável. O pião foi
trazido para o Brasil pelos portugueses, e logo, foi espalhado pelo
Brasil. É um brinquedo ainda muito utilizado quase que apenas por
meninos. Existem vários tamanhos, mas a forma é básica.
O jogo – Existem basicamente
duas formas de se brincar com o pião: o jogo simples, em que a criança
não desafia o outro. Esta forma é conhecida como “Roda pião”. Botar o
pião para rodar significa brincar sozinho.
O processo é o seguinte:
enrola-se o cabo de linha no pião segurando uma ponta, atirando-o ao
chão. Ao cair, o pião fica rodando por alguns segundos sendo apreciado.
Ou ainda pode-se colocar o pião para rodar na palma da mão, unha do
dedo e outros lugares.
O “quila” – Mas há o jogo onde
ocorre o desafio, entre uma ou mais crianças. Um círculo é desenhado no
chão onde os participantes têm que arremessar o pião com o intuito de
acertar o centro do círculo, ou se aproximar mais próximo dele. Caso não
consiga é obrigado a colocar o seu próprio pião dentro do circulo,
dando inicio à disputa pelos piões que estão no circulo, é o chamado
“deita pião” ou “dar carne”, comumente conhecido no Ceará como “quila”.
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